A esperança de vida ao nascer dos potiguares experimentou um crescimento em dez anos, passando de 67,5 anos em 1999 para 70,8 anos em 2008 e chegando, no ano passado, para 71,1 anos. Os dados são do relatório “Uma análise das condições de vida da população brasileira – 2010”, agora divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Quanto ao gênero, observou-se que a esperança de vida ao nascer em 2009 foi de (75,1 anos) para mulher e de (67,3 anos) para os homens.
O analista do IBGE Ivanilton Passos de Oliveira explica que o estudo “Síntese de Indicadores Sociais” está baseado principalmente na PNAD/2009, porém, utiliza outras pesquisas com anos diferenciados - Estatística do Registro Civil-2008. Ivanilton Oliveira informa que a publicação completa, inclusive tabelas e gráficos estão disponíveis no site www.ibge.gov.br.
Oliveira ainda adiantou, que confirma-se, também, no Rio Grande do Norte uma redução da taxa bruta de natalidade (nascimentos/ 1000 habitantes) de 22,9 nascimentos/1000 habitantes em 2001 para 2009 (17,98 nascimentos/1000).
“Por conseguinte, temos um aumento absoluto e relativo da população idosa (60 anos ou mais) do Estado, necessitando de uma melhor adequação da infra-estrutura social (saúde, educação, previdência) e, especificamente, do aprimoramento da assistência social ao idoso”, disse Oliveira. Segundo o IBGE, continua em declínio a taxa de mortalidade infantil do RN, passando de 37,5 óbitos de menores de 1 ano para cada 1000 nascidos vivos em 2005; 2006 (36,1) para (34,8) em 2007 e (33,5) em 2008 e, em 2009, foi reduzido para 32,2 óbitos de menores de 1 ano para cada 1.000 nascidos vivos.
A referida taxa, apesar do declínio, continua em um patamar alto, acima da taxa de mortalidade média do Brasil (22,5 mortes) e a 5ª maior taxa do país, sendo superada pelos Estados: Alagoas (46,4); Maranhão (36,5); Pernambuco (35,7); Paraíba (35,2). O Rio Grande do Sul foi o Estado que apresentou a menor taxa de mortalidade infantil (12,7) - óbitos de menores de 1 ano para 1.000 nascidos vivos. Nota-se a necessidade da melhoria das condições de habitação e do meio ambiente, principalmente, o incremento relativo dos domicílios com saneamento básico adequado, bem como a ampliação da cobertura dos serviços de saúde.
A razão de sexo é uma medida de avaliação por sexo e grupos etários (expressa o número de pessoas do sexo masculino para cada grupo de 100 pessoas do sexo feminino) — observa-se que a predominância da população feminina continua mantida, ou seja, no RN, em 2007 (PNAD), possuíamos 98,5 homens para cada 100 mulheres.
“No ano de 2009 houve uma redução de 98,0 homens para cada 100 mulheres, demonstrando que está crescendo anualmente a sobremortalidade masculina no Estado”, acrescentou Oliveira. A razão de dependência é um indicador demográfico importante para o estudo do mercado de trabalho, pois, expressa a proporção de pessoas em idade potencialmente inativas (crianças de 0 a 14 anos e idosos de 65 anos ou mais) em relação a 100 pessoas em idade potencialmente ativas (15 a 64 anos).
O estudo (Síntese de Indicadores) mostra que em 2009, a menor razão de dependência do país se encontrava em Santa Catarina (39,9%) e a maior do Acre (61,5%), enquanto os Estados do RN (46,5%) e Sergipe (46,5%), possuíam a menor razão de dependência do Nordeste. Nota-se desigualdades regionais acentuadas, devido aos diferentes indicadores do processo “reprodutivo” do país.
Cresce proporção de pessoas que vivem sozinhasO analista Ivanilton Oliveira ainda disse que a família no país, e especificamente no Rio Grande do Norte, passa por um período de transformações na sociedade contemporânea: “A Síntese de Indicadores Sociais é um estudo muito importante no aspecto da investigação e caracterização da condição de vida das famílias”.
Segundo ele, o estudo mostra através de dados quantitativos, a redução do tipo de família casal com filhos, devido à queda da fecundidade; o crescimento da proporção de pessoas que viviam sozinhas (unipessoais); bem como, o crescimento dos casais sem filhos, embora ambos possuam rendimento.
“Por conseguinte, os padrões de organização da família potiguar estão mudando em face aos novos valores culturais e, também, visando acompanhar a dinâmica socioeconômica cada vez mais exigente no que se refere às condições necessárias para sua reprodução”, continuou ele.
DesigualdadeOs dados do IBGE apontam, por exemplo, que o rendimento médio mensal familiar per capita em reais, no RN, mostra que, apesar dos efeitos positivos dos programas governamentais de transferência de renda e do crescimento real do salário mínimo, ainda existia uma forte desigualdade de riqueza e renda, no Estado, em 2009, quando o rendimento médio mensal familiar per capita dos 10% mais ricos (R$ 2.584,82) foi superior 18,85 vezes ao rendimento per capita dos 40% mais pobres (R$ 137,15), o que deixa o RN na quarta posição entre os estados da região Nordeste com a maior concentração de rendimentos médios.+
fonte tribuna do norte